terça-feira, 2 de março de 2010

Hífen

São tantas perguntas, quase que diárias, sobre o hífen e as palavras compostas, que resolvi dar uma dica sobre o tema. Comecei a trabalhar depois que terminei o curso superior, e desde meu primeiro emprego (tive quatro), todos os colegas de todas as empresas criam como que um personagem para mim, além de mim. Ficou confuso, não é? Isso é culpa de um outro eu que possuo, o eu escritora, que anda muito exibido ultimamente (mas isso é assunto para outro post). Explicarei melhor. Eu sou uma pessoa. Até aí, acredito que não haja surpresa alguma. Mas meus colegas criam um outro eu para mim. E esse outro eu sabe tudo de nosso idioma, quase uma gramática ambulante. Qual o problema? Estabeleço um autopoliciamento (sem hífen e tudo junto, pois o prefixo termina com vogal e a primeira letra do segundo elemento começa com consoante diferente de r ou s). Não aceito errar. Esse é o grande problema! Então, tenho que estar em estudo permanente.

De todas as alterações feitas com a Nova Reforma Ortográfica o uso do hífen é o mais polêmico. As dúvidas são tantas que há diferenças, inclusive, nas edições, até mesmo, dos dicionários Aurélio e Houassis. Que confusão! Bem, se até dicionário "tem dúvidas", tentarei não exigir mais tanto de mim. Vamos estudar juntos? Preparei um resumo na tentativa de esclarecer as perguntas mais frequentes.

1. Hífen antes de palavras iniciadas em h com os prefixos anti, macro, mini, proto, sobre, super, ultra: anti-higiênico, macro-história, sobre-humano, super-homem, ultra-humano, proto-histórico

2. Quando o prefixo termina em vogal diferente da que inicia a segunda palavra, o hífen não é usado: aeroespacial, agroindustrial, anteontem, antiaéreo, antieducativo, autoaprendizagem, autoescola, autoestrada, coedição, infraestrutura, plurianual, semiaberto

3. Não levam hífen palavras cujo prefixo termina em vogal e a primeira letra do segundo elemento começa com consoante diferente de r e s: anteprojeto, antipedagógico, autopeça, geopolítica, microcomputador, pseudoprofessor, semicírculo, semideus, seminovo, ultramoderno, semiautomático

4. Esse é mais complicado de "engolir", mas força na peruca! Não levam hífen e duplicam as letras palavras cujo prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa em r e s: antessala, antirrábico, antissocial, antirruga, biorritmo, contrarregra, neorrealismo, ultrarresistente

5. Palavras cujo segundo elemento começa por vogal e o prefixo termina por consoante, não levam hífen: hiperacidez, hiperatividade, interestadual, interurbano, superinteressante, superaquecimento, supereconômico, interestelar

6. Sufixos de origem tupi-guarani exigem o hífen: amoré-guaçu, mogi-mirim, capim-açu, jacaré-açu

7. Se a noção de composição desapareceu com o tempo, deve-se unir o composto sem hífen: madressilva, mandachuva, paralama, paravento, parabrisa, paraquedas, paraquedista, pontapé

8. Formas adjetivas como afro, luso, latino e anglo não se ligam por hífen: afrodescendente, lusofobia

Ufa!!! Há outros casos do uso ou não de hífen, mas tentei citar os mais usados.

Bom estudo!

2 Palavreando:

Gisele Borges 3 de março de 2010 às 05:52  

Ehhhhhhhhhhh, parabéns pelo blog.
É praticamente de utilidade pública

Créditos

Imagens:
Google Image

Fontes:
Michaelis Nova Ortografia
Equipe Brasil Escola
Dicionário Aurélio 2010

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